Conchas

"Calma Edu, você é só um cara e existem outras praias para visitar e outras conchas para coletar."

   Dia após dia, você percebe que o universo conspira contra (e as vezes) seu favor. Semana passada fui a praia. O ambiente estava interessante, a água com aquele tom verde/azulada de sempre, quem me conhece sabe que tenho certa dificuldade em distinguir muitos tons de cores.É , a vida tem dessas coisas. O sol ardia de forma calorosa, como se convidasse-me a passar um tempo junto com ele. Tinham até algumas nuvens muito bem distribuídas no céu, formando verdadeiros mosaicos, que para os mais sonhadores, poderiam ser comparados a formas de animais, talvez um coelho e um ou outro gatinho. Enfim, o cenário parecia perfeito... perfeito, pra quê?
   
   - Edu, senti sua falta, cara. por onde você andou?

   Me disse que andou viajando por ai, conhecendo novas paisagens, pessoas e trejeitos. Interessante, esse cara sempre me surpreende. Agora tá com uma ideia de colecionar conchas.
   Caminhando na praia ele encontrou a primeira concha, verde, parecia uma coruja e brilhava. Até eu achei interessante só de ouvir sua descrição. Catou e disse que tentaria fazer um presente e oferta-lo a 'ela'. Acrescentou que conchas são coisas belas e frágeis e que talvez ele não fosse suficientemente hábil para lhe dar com coisas assim. Esse é o Edu, as vezes ele fala coisas aparentemente simples, mas que penetram profundamente em minha alma.

   - Európio, Telúrio, Amerício e Oxigênio (foi a primeira vez que ele teve "coragem" de dizer essas palavras).
    - Eu também... (foi a resposta que ouviu).

   Pelo que me falou, esse foi seu último diálogo, antes dos dois virarem as costas e partirem - em ambos os sentidos-.

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